Ainda o sol não tinha galgado a linha do horizonte e já a família PUMAP estava a pé pronta a partir em direcção a terras do Rei Mswati III. Ainda não eram 6 da manhã quando entrámos para a forgoneta (chapa) do Zacarias, nosso fiel condutor. Até chegar à fronteira de Goba, a família vai padecente de sono. A paisagem vai mudando de cenário, o verde das árvores dá lugar ao amarelo dos pastos, começa também erguer-se pequenos relevos que constituíram autênticos obstáculos à progressão ritmada do chapa, isto porque, Zacarias, não compreende o sentido da caixa de velocidades, ou seja, quando se sobe é necessário pôr uma mudança a baixo.
Chegados à fronteira de Goba acontece o 1º contratempo. Do lado moçambicano correu tudo bem, já do lado swazi a coisa já não foi tão fácil. A guarda fronteiriça pediu-nos uma lista de passageiros que seguiam no chapa com a devida nacionalidade e número do passaporte, lista essa que não possuíamos. O resultado foi a exigência do pagamento de 500 Emalangenis ou Rand's, o que originou um pequeno problema, prontamente solucionado por Mikel. É que o único que tinha Rand's, moeda exigida para o pagamento, era ele, embora so tivesse 300.
Após a confusão conseguimos entrar na Suazilândia seguindo viagem em direcção à "magnífica" cidade de Manzini para levantar dinheiro local. A chegada ao Bush Fire foi, não só um objectivo, mas sobretudo, um alívio.
Por fim chegámos e tratámos logo de montar as nossas tendas. Tínhamos tendas para mais de 16 pessoas, dormiram nas tendas menos de 10, já se explica o porquê…No festival havia de tudo, playground para crianças, mercado de artesanato, barracas de publicidade, área de comida típica ou fast-food e era frequentado por famílias, novos, velhos, freaks, brancos (maioritariamente), locals, tudo… A lotação máxima para Sábado era de 4000 pessoas, o que fez deste festival um evento bem organizado e sobretudo sem grandes filas. O programa no sábado prolongou-se desde as 10 da manhã até às 4 da manhã do dia seguinte e nunca esteve muita gente. Ainda que festival por ser pequeno era bastante acolhedor. Todos adoramos!
O ambiente era descontraído, o espaço era ao estilo gaudiano com espaços bastante originais, e a música brutal. É difícil definir o estilo de música porque o Bush Fire é um festival internacional de arte o que inclui, jazz, música tradicional e local, reggae, hip-hop, comercial, house, … O nosso conhecimento do panorama musical do festival era nulo, já que, os artistas eram, na sua totalidade, oriundos dos mais diversos países africanos.
O festival ia fluindo ao ritmo quente da música mas, eis que às 23h00 as nuvens começaram a debitar chuva sem parar. Choveu e trovejou a noite inteira, até ao dia seguinte. Claro que a quantidade de água fez os seus estragos no acampamento PUMAP. Já ia a noite longa, quando a chuva entrou na tenda de Pedro instalando-se sem pedir permissão...é claro que entra chuva, sai Pedro. Da totalidade da família PUMAP, pelo menos 5 pessoas dormiram no chapa com o Zacarias, o nosso motorista! Foi uma noite péssima, dormimos mal e com frio!Das 5 tendas que foram à Suazilândia, só 4 voltaram a Maputo!
No dia seguinte fomos à ainda mais "magnífica" Mbabane, capital da Suazilândia. Após a visita "espectacular" a esta cidade, seguimos viagem a toda a velocidade rumo a Maputo.
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